..........."Convém que o trabalho das crianças não seja uma simples cópia; é necessário que seja realmente a expressão de seu pensamento." Ovide Decroly

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EJA



QUE TERRA SERIA AQUELA?
(Grandes personagens da história. São Paulo, Abril Cultural, 1989)


Lentamente avançam as naus e caravelas da maior armada jamais saída de Portugal. Há tensão entre os mil e tantos homens dos doze navios, aos avisos do vigia no alto do mastro.

Na hora do almoço, enquanto se alimentam com sopa, biscoitos duros, carne e peixe salgados, arroz e cevada, tudo já meio velho, meio apodrecido, os marinheiros conversavam sobre frutas e verduras, pensando no que poderão comer ao chegar àquele lugar anunciado por arbustos e aves. E água? E água fresca no lugar do líquido sujo e amargo dos tonéis? Isso os deixa entusiasmados, chegam mesmo a esquecer que ninguém sabe onde vão desembarcar.

Só ao entardecer a tripulação pôde ver, bem ao longe, um monte alto, redondo. Em volta do morro, mais terras, com grandes árvores. À luz do crepúsculo, momento das orações, os homens olham em silêncio para um monte que se chamará Pascoal. Atrás dele, o sol se vai escondendo.

Assim chega a noite de 22 de abril de 1500. os marinheiros recolhem velas e baixam âncoras. Os navios vão esperar o dia para se aproximar da costa. Na proa do seu barco, um homem não tira os olhos da montanha que a noite vai apagando. É Pedro Álvares Cabral.

De acordo com o texto essa Terra é:


( A ) Portugal
( B ) Espanha
( C ) África
( D ) Brasil
 Esse texto relata

( A ) a chegada do homem a Lua
( B ) a chegada dos portugueses ao Brasil
( C ) a chegada dos marinheiros a Portugal
( D ) a chegada dos africanos ao Brasil

 No trecho: “ Isso os deixa entusiasmados” a palavra grifada pode ser substituída por


( A ) animados
( B ) desanimados
( C ) tristes
( D ) pensativos

Quando a população pode ver um monte alto, redondo, era de:

( A ) manhã
( B ) tarde
( C ) noite
( D ) madrugada

 
Eles ficaram entusiasmados porque

( A ) era hora do almoço
( B ) estavam viajando
( C ) viram o Monte Pascoal
( D ) pensaram na água limpa





CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE!
Sou uma nordestina,
meu nome é Doralice,
tenho treze anos de idade,
conto e reconto o que disse,
pois me chamo Doralice,
sou quem vende meu cordel
nas feiras lindas do longe
onde poesia se esconde
nas sombras do meu chapéu!

Eu falo tudo rimado
no adoçado da palavra
do nordeste feiticeiro:
no meu jeito brasileiro,
aqui vim dizer e digo
que escrevo muito livro
que penduro num cordel,
todo fato acontecido
eu coloco no papel!

Vim pra feira, noutro dia,
armei a minha poesia
num cordel de horizonte.
Quem passasse no defronte
daquilo que eu vendia,
parava e me escutava,
pois sou mocinha falante,
declamava o que escrevia!

Contei de uma garota
que amava um cangaceiro,
era tal cabra da peste,
um valentão do Nordeste
que montava a ventania,
trazia susto e coragem
por cada canto que ia!
Virge Maria!



O nome da tal mocinha?
Não digo... é um segredo,
escrevo o que não devo,
invento, pois tenho medo
de contar que a tal menina
era... toda fantasia!

Silvia Orthof, 1996



São Vicente, 3 de março de 2011.


Instruções Gerais – EJA 2011


Diário de classe – É um documento oficial da escola e por isso deve sempre estar atualizado e não pode ser retirado da U.E.. Registrar a frequência diária (não aferir presença ao aluno que tenha faltado), o conteúdo bimestral (por Termo e Disciplina) e a apuração final da nota do aluno por disciplina e o total de faltas do aluno no bimestre. Todas as observações pertinentes devem ser registradas no campo 11 (generalidades).

Registrar os alunos por ordem dos Termos 1,2, 3 e 4 de acordo com a listagem da PRODESP fornecida pela Secretaria da Escola, separando-os com um traço horizontal nos campos (nome dos alunos, frequência dos alunos e avaliação).

Grade Curricular – Conjunto de disciplinas e carga horária a serem trabalhadas semanalmente com cada ano de escolaridade. É importante que o docente siga a carga horária estipulada, contemplando o trabalho com as áreas do conhecimento (Disciplinas). Deverá ser anexada no Semanário (contracapa).

Programas de Ensino – Reformulados seguindo parâmetros do Instituto Ayrton Senna, SARESP e Prova Brasil, apresentado através de Competências e Habilidades a serem desenvolvidas e trabalhadas com os educandos.

É imprescindível que os docentes leiam e se apropriem dessa nova proposta de trabalho, tendo-a sempre a mão para consulta e encaminhamento dos conteúdos.

Planejamento Anual (Estratégias e Avaliação) – É necessário que todo o documento que comprove o percurso percorrido no processo de ensino-aprendizagem seja muito bem descrito e esteja de acordo com as suas características peculiares. O registro deve ser feito por Disciplina. Entregar ao Coordenador da U.E. até o dia 18/03/2011 (sexta-feira), ele poderá ser digitado. Deixar registrado de forma bem clara, quais são as Estratégias que serão trabalhadas em cada Componente Curricular e especificar de que forma ocorrerão as Avaliações.

Deverá ser analisado e vistado pelo Coordenador da U.E., para posterior apreciação do Coordenador da Seduc.

Semanário – É o documento do registro pedagógico do docente. Deve ser elaborado com 1 semana de antecedência. Através dele pode-se constatar como o educador programa as atividades diárias e variadas, assim como o processo de avaliação. Destina-se a promover o desenvolvimento (detalhamento) de todo o conteúdo do Programa de Ensino.

Com a elaboração do Semanário visa-se o encadenciamento de todas as atividades na proporção certa e administradas de maneira a buscar o amplo conhecimento do aluno e melhor otimização do tempo pedagógico, de acordo com a Grade Curricular.

Numa eventual ausência do professor titular, ele fornece elementos e subsídios para que o professor substituto dê continuidade ao conteúdo e ao desenvolvimento da proposta.

A confecção e a elaboração do Semanário constam na proposta de trabalho para os docentes da Diretoria de Ensino Fundamental.

O detalhamento do conteúdo e/ou atividades a serem trabalhadas deve conter a data e o registro das atividades e avaliações a serem trabalhadas com os alunos. Observar atentamente o Programa de Ensino, não deixando de lado, os conteúdos a serem trabalhados em Geografia, História, Ciências Naturais, Arte e Educação Física.

No caso de impossibilidade de ministrar a aula programada, no próprio Semanário registrar o replanejamento da aula e/ou atividade.

Quando trabalhar com os Livros Didáticos, registrar o nome do livro, as páginas e os conteúdos, discriminando a aula programada.

O Semanário será vistado pelo coordenador da U.E. semanalmente.

Avaliação – É um processo diário e contínuo, tendo como função primeira a de orientar o trabalho do professor e o estudo dos alunos e que aparece desde o início da prática educativa, oferecendo elementos para que o docente possa fazer o seu planejamento e/ou replanejamento em todo o período letivo.

Também é importante ressaltar que o professor deve estar bem documentado, seguindo as orientações da Legislação vigente. Para cada Disciplina é necessário que haja no mínimo, dois instrumentos de avaliação, que o professor sempre precisa ter em mãos a fim de constatar as suas ações e possibilitar a verificação do processo ensino-aprendizagem.

As seguintes avaliações deverão ser anexadas ao semanário:

- Avaliações Diagnósticas

- Avaliações Mensais e/ou Bimestrais

- Atividades para Nota

- 2 instrumentos (no mínimo) utilizados na Avaliação Bimestral de cada Componente Curricular.

Procurar durante o ano letivo, trabalhar com atividades paralelas e diversificadas, a fim de tentar minimizar a defasagem de conteúdo de seus educandos.

- Diferenciar os conteúdos a serem aferidos nas avaliações.Ex: História, Geografia e Ciências.

Observação: as Avaliações Diagnósticas devem ser elaboradas e aplicadas em fevereiro e deverão ser unificadas por ano de escolaridade na U.E.

Relatório de Rendimento do Aluno – Até o final de fevereiro o Coordenador da U.E. deverá fornecer os relatórios de rendimento (2010), para que os docentes possam ter um contato inicial com a bagagem e o aprendizado de cada aluno, auxiliando desta forma em sua avaliação diagnóstica da turma a serem trabalhadas em 2011.

Verificar as informações contidas nesse relatório, juntamente com o resultado qualitativo da avaliação diagnóstica para definir o perfil de cada aluno e do grupo classe.

Projeto de Leitura – Durante o ano letivo, os professores deverão desenvolver o estudo e atividades afins. O registro escrito das atividades desenvolvidas com os gêneros selecionados para cada ano de escolaridade, culminando com a apresentação (Festa do Livro) ao final do ano letivo.

Contos e crônicas;

Literatura de cordel

Músicas e Parlendas;

Poemas e Poesias

Faltas do professor – O professor na medida do possível deve procurar avisar as suas ausências com antecedência, evitando assim que os alunos fiquem sem aula e para que também a Direção da Escola possa tomar as providências cabíveis.


Visita as Unidades Escolares (Coordenadores da Seduc) - Realizada com o intuito de acompanhar, auxiliar e orientar a realização do trabalho pedagógico junto a Equipe Escolar e corpo docente, viabilizando as diretrizes implantadas pela Diretoria de Ensino Fundamental.

Os Coordenadores da Seduc auxiliarão os Coordenadores das U.E.s e os professores em relação a prática pedagógica e acompanharão a execução do Semanário, das Avaliações, do Planejamento Anual e dos Projetos de Leitura, assim como estarão a disposição para o auxilio em outras atividades pertinentes.





São Vicente, 3 de março de 2011.


ATIVIDADES QUE AJUDAM A CONHECER COMO OS ALUNOS PENSAM A ESCRITA



Cartões para leitura

Para esta atividade é preciso preparar uma série de, no mínimo, 10 cartões com: palavras reais com número variado de letras (2,3,4, mais que 5), escritas com letras repetidas, com letras não convencionais ou de outros alfabetos, símbolos ou sinais não verbais.






    A atividade consiste em:

a) separar os cartões em “o que dá para ler” e “o que não dá para ser lido”;

b) Explicar o motivo de cada classificação.

    Esta é uma forma simples de conhecer:

- a familiaridade com a escrita (o que é letra, o que não é);

- o que é considerado básico para um grupo de letras ter sentido (a variedade das letras, a necessidade de um número mínimo de letras para poder dizer alguma coisa, e outras particularidades mais...



O reconhecimento das marcas, dos rótulos


Mesmo não se tratando de uma leitura convencional esta atividade indica a relação entre o (a) aluno (a) e a escrita presente em sua volta.

Para ser significativa esta atividade é importante que o (a) professor(a) monte um quadro com palavras presentes no lugar onde os alunos se encontram: nas ruas por onde andam, nos mercados, farmácias, lojas onde compram, nas revistas, jornais que folheiam, ou ainda objetos ou produtos que têm em casa...


Depois é só pedir que aponte os nomes que ele conhece dizendo o que está escrito.

O(a) professor(a) anota as respostas.O conjunto delas, dará a ele, referências relativas a observação, interesse e reconhecimento de palavras ou logomarcas conhecidas, quando fora dos seus contextos ...















A atividade sugerida nos ajuda a compreender os caminhos utilizados por quem não tem o domínio da alfabetização numa situação onde a escrita está inserida num contexto conhecido por ele.

É interessante que a atividade aconteça num clima de conversa, com o objetivo de conhecer sobre o que pensam as pessoas, que estão querendo se alfabetizar, diante de uma logomarca conhecida.

É bom salientar que as respostas serão sobre o que a pessoa pensa, e desta forma não existe resposta certa ou errada porque se trata da forma como o escrito está sendo visto.



Imagem com frase



ARLETE CHEGOU DA BAHIA COM A FILHA



Depois de um pequeno tempo para apreciar o desenho faça perguntas do tipo:

1 - a)  O que aparece escrito abaixo do desenho? ou
      b) O que você imagina que está escrito abaixo do desenho?

2 - Depois de ler a frase, sem apontar o escrito:

a) Onde está escrito: ARLETE?
b) Aponte para a palavra BAHIA.
c) Que palavra é essa? (apontando para FILHA)

3 - No final peça que expliquem como fizeram para ler ou imaginar o que estava escrito.


Estas são algumas situações e atividades que nos ajudam a saber com maior precisão o que e como pensam os alunos sobre a escrita, mesmo quando ainda não dominam esse conhecimento na forma convencional. Outros textos, outras palavras, novas imagens, sempre próximos do cotidiano de seus alunos e, poderão ser utilizados.

Importante é manter o princípio de que cada aluno constrói suas hipóteses e explicações acerca das funções da língua escrita e da forma como as letras se organizam para que possamos ler e escrever.

Conhecendo o que pensam os alunos e alunas, os professores podem atuar de forma mais eficiente para ajudá-los a avançar como quem lê e escreve.


Trabalhando com A Educação de Jovens e Adultos
Caderno de Atividades Vol 1
 Mec 2006





São Vicente. 4 de março de 2011


Texto: Analfabeta


Eram cinco horas da manhã.


Acordou cedo e, pulando um dos filhos que dormia no chão aos pés da cama, foi para o outro cômodo do barraco fazer café.
Voltou para acordar a filha Vera Lúcia que dormia profundo, mas que precisava acordar cedo, pois, o Shopping Plaza Osasco, onde trabalhava, ficava a dois ônibus e um metrô de distância. Muito longe, portanto.
Maria da Conceição da Silva, cinqüenta e quatro anos, analfabeta, era mulher sacudida, peitos espaçosos, de cor negra, dentes ilesos e alvos. Morava em Itaquera, num barraco firme, com seus sete filhos e o querido marido José, que por sinal acabava de chegar do trabalho de vigia noturno.
Com um “Bença mão e um Deus te abençoe filha”, Vera Lúcia despediu-se, ainda com uma bolacha na boca, o seu café-da-manhã. Realmente. Deus a teria de abençoar demais naquele dia.
Maria da Conceição tinha que correr para deixar o almoço pronto e partir para o seu trabalho de faxineira, numa agência de viagens no centro de Osasco.
Dizem que notícia ruim sempre corre depressa e Maria da Conceição foi uma das primeiras a saber que no shopping onde trabalhava a filha, houve uma explosão de gás.
Não tirou o uniforme, não pediu licença, não avisou a ninguém e bateu em retirada, pois o seu coração de mãe ordenava que fosse ver a filha, onde ela estivesse. Correndo desesperada pelas ruas de Osasco, ouvia dizer de centenas de mortos e feridos. Ambulâncias, helicópteros, carros de polícia, bombeiros, tudo se misturava nos olhos da pobre mulher.
Parou a uma certa distância e viu a cena medonha do desabamento, dos destroços, da destruição; ela nunca mais conseguiria esquecer o que presenciava. “Deus faz e não explica”, sussurrou.
Parada, boquiaberta, confusa nem percebeu estar justamente no caminho que levava a uma ambulância ali perto estacionada. Por circunstâncias que ninguém explica uma velha maca conduzida por dois bombeiros, teve que parar bem na sua frente.
- Vera Lúcia, Vera Lúcia minha filha, - gritou ela, estendendo as duas mãos, como querendo adivinhar quem estava lá dentro.
- Não é Vera Lúcia, dona, este é um homem e está morto. – Respondeu-lhe apressadamente um dos homens. Para saber quem está vivo ou morto vá até o Hospital Municipal que lá eles darão notícias.
Veio-lhe a certeza que sua filha havia morrido.
Maria recuou na calçada o suficiente para encostar-se, amparou a nuca na parede, fitou o céu azul e sentiu o chão faltar-lhe aos pés. A perna direita amoleceu e ela não sabia mais onde estava, em que rua, em que bairro, em que cidade, em que país. Parecia então que não existia. Não posso garantir, mas tenho certeza de que Maria da Conceição, por alguns segundos, experienciou o nada, isto é, a morte.
Mas Deus dá o frio conforme o cobertor e ela acionou suas forças internas, aprumou-se, enxugou as lágrimas e zarpou em direção ao hospital.
Lá chegando, com a inocência de uma criança, perguntava a todos se alguém tinha visto Vera Lúcia, ao que evidentemente, não obtinha resposta alguma. Um senhor aproximou-se e, entre amoroso e apressado, disse-lhe que havia duas listas pregadas na parede, uma dos mortos, outra dos vivos e que ela fosse procurar pela sua filha.
Com muita dificuldade e igual empurra-empurra, soletrando reza aproximou-se das listas. Se por um lado esquecia-se que era analfabeta, por outro confiava nela própria, pois o que sabia ler na vida eram unicamente os nomes dos sete filhos e do marido.

Aproximou-se e leu assim:



Xxxxxxxxxxx xxx xxxxxxx xxxxx



Xxxxxxxxx xx Xxxxxxxx Xxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxx xxx Xxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxx

Xxxx Xxxxx Xxxxxxxxxxxxx Xxxxxx xx Xxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxx xxx Xxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxx

X xxxxxxxx Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Vera Lúcia da Conceição da Silva

X xxxxxxxx Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Xxxx Xxxxx Xxxxxxxxxxxxx Xxxxxx xx Xxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxx xxx Xxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxx



Leu o nome da filha. Pronto, é o que mais queria na vida. Sim, estava lá. Ela a encontrara.
Porém, novamente sentiu um frio, uma horrível dor de barriga e incontroláveis arrepios na pela. O ar lhe faltava, a vista escurecia e ela já não ouvia. O nome da filha, em que lista estaria? Na dos vivos ou na dos mortos? Meu Deus, isso ela não sabia ler.
Novamente aproximou-se das listas com o peito apertado, como se um pomo-de-adão estivesse a asfixiar-lhe a garganta seca. Os lábios tinham aquela gosma branca de quando se fala muito ou se tem um ataque epilético.
Conseguiu agarrar o braço de um homem que estava ao seu lado e sem poder falar olhou profundamente em seus olhos. Levando-o bem perto das listas seguiu com o dedo indicador até o princípio das palavras que lá estavam escritas e sublinhou fortemente embaixo delas. Como na hora do desespero as pessoas se entendem pelo olhar e pelos gestos, o homem compreendendo tudo gritou em seu ouvido: listas dos vivos.
Maria da Conceição, a analfabeta que sabia ler com o coração desmaiou e só acordou horas depois.



Paulo Afonso Caruso Ronca





O lixo e a reciclagem

OBJETIVO:

Conscientizar os alunos sobre a importância de discutir a problemática do lixo, levando-os a adotar um comportamento ecológico que os levem ao exercício de uma cidadania plena e efetiva.

Áreas de conhecimento

LINGUA PORTUGUESA – ler, interpretar e produzir textos.

MATEMÁTICA – interpretar tabelas com os dados; realizar operações racionais.

GEOGRAFIA – Pesquisar a situação do lixo no seu bairro.

CIÊNCIAS – a importância da reciclagem.

HISTÓRIA – serviços públicos locais. Profissões

ARTES – Construir objetos a partir de materiais reutilizados.





Atividades

Texto informativo

O lixo e o luxo

Quanto mais as pessoas consomem, mais lixo elas produzem. Muita gente compra coisas desnecessárias, que acabam desperdiçadas e jogadas fora. É um luxo que vira lixo.

Mas o lixo também pode virar luxo se for reaproveitado. Essa atitude, além de gerar uma fonte de renda, contribui para evitar o desgaste e a poluição do meio ambiente. Um bom exemplo desse tipo de atitude são as cooperativas e os programas de reciclagem de lixo, por meios dos quais novos produtos são criados, gerando empregos e promovendo a cidadania.

Recicle você também! Informe-se como e por que algumas cidades desenvolvem projetos de coleta seletiva de lixo. Para isso, quatro tipos de caixas coletoras são usadas, uma de casa cor: amarela para metais, verde para vidros, azul para papeis e vermelha para plásticos.



Retire do texto, o nome dos tipos de materiais que podem ser reciclados, relacionado-os respectivamente com a cor da sua caixa coletora.




Pesquise em jornais e revistas, figuras de matérias que podem ser recicláveis. Recorte e cole no espaço abaixo:























Circule as consoantes nas palavras abaixo:




Faça um acróstico com a palavra:

R

E

C

I

C

L

A

V

E

L



Responda:

a) Qual o material da tabela, que demora mais tempo para se decompor?

__________________________________________________________________

b) Houve algum material que você não descobriu o tempo de decomposição? Qual?

__________________________________________________________________

c) Quais são os matérias apresentados no panfleto que podem ser reciclados?

__________________________________________________________________



Conhecendo melhor seu bairro.

No seu bairro há coleta de lixo diária?

__________________________________________________________________

Existe locais onde as pessoas costumam jogar lixo inadequadamente?

__________________________________________________________________

Que matérias poluidores é possível encontrar na sua rua?

__________________________________________________________________

O que você e sua comunidade podem fazer para diminuir o lixo produzido?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Resolva os problemas:

1) Um catador e selecionador de lixo, recolhe diariamente os seguintes materiais:

Produto                                                                                 Quantidades

Latas de refrigerante                                                                          35

Garrafas pet                                                                                     125

Caixa de papelão                                                                               53

Total                                                                                                ____



a. Some as quantidades de matérias recolhidos e complete a tabela acima.







b. Escreve o resultado por extenso.

_____________________________________________________________

c. Num dia dessa semana, houve um temporal e ele só conseguiu recolher metade dessa quantidade. Quanto ele recolheu?









d. Por dia, com a venda do material recolhido, ele consegue 36 reais. Quanto ele consegue na venda do material em 1 semana?





O trabalhador formal, ou seja, aquele que trabalha registrado possui um documento que nele são anotados a sua função profissional, a data de entrada e saída das empresas onde trabalhou, o valor do seu salário, entre outras informações profissionais. Esse documento chama-se ___________________________________.

O catador e selecionador de lixo é um trabalhador na economia:

( ) formal

( ) informal

Faça uma lista dos alunos de sua classe e marque um X na situação profissional de cada um.

                                                     





Quantos trabalham na economia informal?

___________________________________________________________________________

Cite as vantagens do trabalhador com registro em carteira?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



Leia o poema concreto de Augusto Campos e responda às questões:



Que palavras aparecem nesse poema?

______________________________________________________________________

Reorganize as palavras abaixo e forme uma frase com elas.

PARTE PODE LIXO DO GRANDE

RECICLADA QUE SER PRODUZIDOS UMA

______________________________________________________________________